terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fé, Esperança e Caridade

A esperança está para a fé como o sol está para a lua. Esta não tem luz própria: reflete aquela que recebe do sol. Daí porque a lua difunde raios pálidos, merencórios e isentos de calor, enquanto o sol esparge raios intensos e fúlgidos que, além de iluminar, aquecem e vivificam.
O sol mesmo é luz; a lua não é reflete a luz recebida. Assim a fé: é força comunicativa que, do coração de quem a tem, passa reflexamente para o coração de outrem, gerando neste a esperança.
Jesus tinha fé. Seus apóstolos e discípulos tinham esperança gerada pela fé exemplificada de seu Mestre. Os corações que de Jesus se aproximam e estabelecem com ele certa comunhão iluminaram-se com a luz patente do seu imaculado espírito.
A lua clareia os caminhos. O sol alumia e fecunda a estrada da vida. A lua é poética, faz cismar e sonhar. O sol é energia: movimenta, vivifica, ativa e produz. A luz amortecida do satélite da Terra mostra os obstáculos; a luz brilhante e vívida do sol distingue e remove os tropeços da senda do destino.
Assim, a esperança faz nascer no coração do homem as boas e nobres aspirações; só a fé, porém, as realiza. A esperança sugere, a fé concretiza. A esperança desperta nos corações o anseio de possuir luz própria; conduz, portanto a fé. Quem alimenta esperança está, invariavelmente, sob o influxo da fé oriunda de alguém. A força da fé é eminentemente conquistadora. Quem admira os exemplos e os feitos edificantes põe-se desde logo em harmonia com o poder de quem os realizou. Este projeta naquele suas influências benfazejas: é o sol fazendo a lua refletir a sua luz, ou seja, a fé gerando a esperança.
Benvinda seja a esperança! Bendita seja a fé! Uma e outra espancam as trevas interiores. Que seria da alma encarcerada na carne se não houvesse fé, nem esperança!
Se é doce ter esperança, é valor e virilidade ter fé. Se a esperança gera o desejo, a fé gera o poder. Se a esperança suaviza o sofrimento, a fé neutraliza seus efeitos depressivos. Finalmente, se a esperança sustenta o homem nas lutas deste século, a fé assegura desde já a vitória da vida sobre a morte.
E a caridade? Da caridade nada podemos dizer, porque - a caridade é amor - e o amor é o indivisível, o incomparável; sente-se como a mesma vida: não se define.
Vinícius

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